Estava eu lendo e relendo meus livros de continhos galantes do Dalton Trevisan quando algumas coisas me vieram à cabeça e me deu vontade de colocar aqui.
O tão recluso vampiro de Curitiba, que tem fotos tiradas na surdina, avesso à entrevistas, mostra-se dono de uma sensibilidade ímpar aos miseráveis (talvez encontre algum paralelo em Bukowski), mas também é dono de uma ironia ácida, e de um cinismo pungente.
"Ao internar o marido alcoólatra no asilo, quando perguntam a profissão, ela diz:
- Funileiro.
E o bêbado, em triunfo:
- Isso aí. Agora eu tenho profissão, não é?"
São pequenos contos que, surrupiados ardilosamente de filigranas e demasiadas contextualizações, deixam florescer toda uma vida de dores, amores e frustrações.
"Assustada, a velha pula da cadeira, se debruça na cama:
- João, fale comigo João.
Geme lá no fundo, abre o olhinho vazio:
- Bruuuxa... diaaaba...
- Ai, que alívio. Graças a Deus."
Seus Joões e Marias vagueiam sempre perdidos por uma Curitiba longínqua dos palácios de cristais do primeiro mundo criados pela dinastia Lerner, ou mesmo dos arroubos dignos de Nero de Requião. Perambulam pela Curitiba perdida e, à noite, descem o Largo da Ordem e encontram-se com os travestis da Praça Tiradentes, e, quando lhes é permitido um momento de sossego, lembram-se de uma infância de mãos no bolso.
"Em toda casa de Curitiba, João e Maria se crucificam aos beijos na mesma cruz".
O tão recluso vampiro de Curitiba, que tem fotos tiradas na surdina, avesso à entrevistas, mostra-se dono de uma sensibilidade ímpar aos miseráveis (talvez encontre algum paralelo em Bukowski), mas também é dono de uma ironia ácida, e de um cinismo pungente.
"Ao internar o marido alcoólatra no asilo, quando perguntam a profissão, ela diz:
- Funileiro.
E o bêbado, em triunfo:
- Isso aí. Agora eu tenho profissão, não é?"
São pequenos contos que, surrupiados ardilosamente de filigranas e demasiadas contextualizações, deixam florescer toda uma vida de dores, amores e frustrações.
"Assustada, a velha pula da cadeira, se debruça na cama:
- João, fale comigo João.
Geme lá no fundo, abre o olhinho vazio:
- Bruuuxa... diaaaba...
- Ai, que alívio. Graças a Deus."
Seus Joões e Marias vagueiam sempre perdidos por uma Curitiba longínqua dos palácios de cristais do primeiro mundo criados pela dinastia Lerner, ou mesmo dos arroubos dignos de Nero de Requião. Perambulam pela Curitiba perdida e, à noite, descem o Largo da Ordem e encontram-se com os travestis da Praça Tiradentes, e, quando lhes é permitido um momento de sossego, lembram-se de uma infância de mãos no bolso.
"Em toda casa de Curitiba, João e Maria se crucificam aos beijos na mesma cruz".
Um comentário:
cara,
a princípio falas dos bêbados e perdidos da sua cidade seja o maior paralelo se traçar ao Kuwoski. Nada além disso, ao menos é a minha primeira interpretação.
o velhor da foto é o dalton trevisan ? posso tá enganada, mas acho que é o prédio da reitoria da UFPR, além nas quebradas da general carneiro ?
a viagem da próxima semana combina com sua postagens, estou indo para ctba.
outra coisa é que ctba é mto presente na minha, circa de 97 ou 98, quando arrumei a minha primeira namorada que passava a semana na tua terra. no mesmo momento foi o punk-hardcore, amigos, mais garotas e tal.
abraço
maikon "mendigo" k.
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