quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Godwin de c* é r*la.

Estava eu a debater ociosamente em uma comunidade do Orkut (oh céus!) em um assunto interessante, onde um cidadão declarou preferir "homofóbicos assumidos" a um "viado enrustido". Oras, eu, no auge da minha boa vontade e ironia, repliquei que "Essa modinha dos intolerantes assumidos colou legal na Alemanha lá pelos idos de 1930, e vê lá o que que deu!"

De pronto, uma senhora logo conclamou a famigerada "Lei de Godwin". De pronto, assumo que não conhecia tal lei, mas após uma breve incursão mundo digital adentro, descobri do que esta tratava.

Compreendo que, sendo mal-usado, o exemplo do nazismo realmente põe fim à uma discussão, e pode nos levar ao que Schopenhauer chamava de "acabar com um debate sem ter razão". Entretanto, o ponto aqui é outro.

Na comunidade, declarei que não faria uma explanação longa sobre a declaração do primeiro cidadão, primeiro, por não ter que obrigar as pessoas da comunidade a lerem algo que possa ser maçante para alguns; segundo, porque meu ego também não era pra tanto. Porém, no meu blog, posso escrever o que quiser, e exercitar meu ego, meu super-ego e até o meu id!

Voltando ao assunto. Primeiro, numa sociedade em que existem "homofóbicos assumidos", e onde estes detêm o poder (e as suas vontades), logicamente a geração de "viados enrustidos" será inegável. Se nosso amigo lá de cima quer acabar com os enrustidos que lhe tiram tanto o sono, deve acabar primeiramente com os "assumidos" da questão.

A lei de Godwin. Num caso como esse de homofobia clara e explícita, só podem haver comparações ao nazismo. Por que? Conforme nos diz uma longa gama de estudiosos, sociólogos, cientistas sociais, psicólogos sociais, e outros mais, crenças que vão se estabelecendo aos poucos em uma determinada sociedade, e não são contestadas, acabam por se fixar no ideário geral da mesma. Assim foi na Alemanha pré-nazismo (e durante o nazismo, óbvio). E isso temos que evitar hoje também. Se um Zé Ruela qualquer vem e faz uma apologia ao ódio, seja contra quem for, deve ser rechaçado de todas as formas. Na Alemanha nazista, começou contra os judeus, os ciganos, a posteriori, estendeu-se a deficiente físicos, gays, negros, poloneses, russos, qualquer um que não pertencesse à "raça pura"!

Agora, surge a questão. Todo o povo alemão era "malvado"? Lógico que não! Eram "vítimas" de seu meio, do discurso vigente que provinha das bocas dos que estavam no poder, das tradições arraigadas de seus ancestrais, e assim foi colocado tudo como "natural". É isso que queremos para nós hoje?

Quando evoquei no citado caso o nazismo, não foi sem saber o que falava, puramente para exaltar um período de terror e encerrar uma discussão, foi exatamente por saber o que falava!

Como diz o título desta postagem, Godwin de cu, é rola!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sensação do dever cumprido

Creio que a maioria das pessoas com as quais eu convivo já estava sabendo da tarefa à qual me propus, traduzir o livro "Anarchy and Christianity", do filósofo-teólogo-anarquista francês Jacques Ellul.

Terminei ontem a tradução, apesar de sempre pensar que poderia ter feito melhor. O livro em si é fantástico, e traduzí-lo, fez com que eu o lesse de uma forma ainda mais intensa. Aqueles que se interessarem pelo livro, me avisem que eu mando o .doc.

Agora, notícias novas. Eu, o Maikon e o Neander estamos estreando um blog a seis mãos, o "Chatos a Três". Ele ainda está em processo embrionário, mas acho que logo deve começar a funcionar de uma maneira mais efetiva. Como o próprio subtítulo do blog diz, ele será um espaço onde daremos "pitacos em assuntos nos quais não temos propriedade alguma."

Essa foi uma semana produtiva. Segunda-feira, volto a trabalhar, feliz e contente (mesmo!).


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O poder e o diabo.

Trecho retirado do livro "Anarchy and Christianity", de Jacques Ellul:


"Quando Jesus começou seu sacerdócio público, os Evangelhos contam a história da sua tentação. O diabo o tenta três vezes. A tentação importante nesse contexto é a última (em Mateus). O inimigo leva Jesus à uma alta montanha e mostra a Ele todos os reinos do mundo e a sua glória: 'E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares' (Mateus 4:8-9), ou: 'E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.' (Lucas 4:6-7). Novamente, minha preocupação não é com a veracidade dos escritos nem com os problemas teológicos. Minha preocupação é com os pontos de vista dos escritores, com as convicções pessoais que são expressas aqui.

Não deixa de ter importância enfatizar, talvez, que os dois Evangelhos foram provavelmente escritos com comunidades cristãs de origem grega, não judeus que eram influenciados pelo ódio ao qual nos referimos anteriormente. A referência nestes textos, então, é ao poder político em geral ('todos os reinos do mundo') e não somente à monarquia de Herodes. O mais extraordinário é que de acordo com esses textos, todos os poderes, todo o poder e glória dos reinos, tudo o que tem a ver com política e autoridade pertence ao diabo. Tudo lhe foi dado, e ele dá a quem ele quiser. Aqueles que tem o poder político recebem dele e dele dependem. (É impressionante que em inúmeras discussões teológicas de legitimidade do poder político, ninguém nunca invocou estes textos!). O fato não é menos importante do que o fato de que Jesus rejeitou a oferta do diabo. Jesus não replicou ao diabo: 'Isso não é verdade. Você não tem poder sobre reinos e Estados.' Ele não disputa esse direito. Ele recusa a oferta porque o diabo exige que Ele deveria se prostrar perante ele e adorá-lo. Esse é o ponto base quando Ele diz: 'Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.' (Mateus 4:10). Podemos assim dizer que entre os seguidores imediatos de Jesus e na primeira geração de autoridades políticas cristãs – que nós chamamos de Estado – pertenceram ao diabo, e aqueles que mantiveram o poder receberam-no dele."


Senhores senadores, deputados, prefeito, vereadores, reitor... Estão sentindo seus fundilhos queimarem???

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ah, o poder...


Olhem esses olhinhos serelepes, esse sorriso bobo matreiro (que de bobo não tem nada), esse bigodinho meio grisalho que lhe confere um leve ar hitleriano, esse terno azul royal horrível, cujo valor provavelmente poderia alimentar umas três famílias (ou mais) do Maranhão ou do Amapá!

Quando vocês vêem uma figura assim, carismática, simpática, não dá uma vontade de subir pelado numa cadeira e cantar: "ah, eu sou brasileeeeeiro..."

Eu queria ter um avô como ele. Na pior das hipóteses, iria ter um emprego bem remunerado e sem precisar trabalhar.

O Sarney me lembra o Mickey Mouse.