terça-feira, 14 de abril de 2009

"A beleza salvará o mundo"


A frase acima é do digníssimo Fiódor Dostoiévski, homem que merece nada mais nada menos do que o elogio de "gênio", na acepção total da palavra. Pensando sobre tal citação, não seria ela verdadeira?

O que seria belo? Buscando o contrário, o que seria feio? É muito relativo o conceito de belo, mas vendo alguns dos romances do "inventor do alcoolismo", como diria um amigo meu, temos algumas pistas.

No "Crime e Castigo", por exemplo, temos o assassinato e o consequente thriller psicológico que o autor nos presenteia. O protagonista Rodion Românovitch Raskólnikov vive em becos, seu quarto é um canto obscuro que favorece a depressão do protagonista, os demais personagens são pessoas desgraçadas, marcadas pela vida difícil e opressiva, e Ródion comete o pior dos crimes, um assassinato.

Onde estaria a beleza aí? Na redenção de Raskólnikov no final do livro? Talvez. A beleza se revela ao longo da obra, quando mostra um Rodion humano, tendo medo, pesando a consciência e, apesar da sua teoria de "pessoas superiores", no fundo ele sabe que errou, e mesmo com toda a resistência a admitir isso, seu final é de redenção e aceitação da vida. A beleza não se revela só no fim, mas ao longo do processo de vivência de um ser humano.


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