Fiquei espantado com o número de comentários que o post anterior gerou, sério. Seis comentários são algo um tanto quanto incomuns nesse árido blog (árido de posts e de comentários, hehe). Obviamente meus sempre aqui presentes amigos comentaram, e teve a presença de uma moça ali que eu não conheço mas que estou devendo já uma visita ao blog dela, coisa que prometo fazer uma hora dessas com mais tempo e calma.
Entretanto, um dos comentários me chamou a atenção e me fez pensar um pouco a respeito no que eu escrevi, e pensar até mesmo na minha trajetória de vida. Esse comentário foi do meu amigo Neander.
Um comentário inteligente e lógico, como é normal dele, porém que me surpreendeu em algumas coisas. Douglinhas, na hora que você diz/escreve "Não consigo ver como uma religião, tal qual um partido político ou a própria universidade, pode gerar algo positivo.", sou o primeiro a concordar contigo, e o meu post anterior, apesar de não explicitar isso (um defeito meu, eu às vezes escrevo quase que só para os que me conhecem), era pra ter deixado isso meio claro, mas passou batido.
Entretanto, em seguida vem o seguinte: "eu vejo que acabar com essas instituições seja a melhor saída para uma luta por seres humanos que acreditem na igualdade e, como acredito que a religião criou deus e não o inverso, vejo no combater a idéia de uma força superior como um dos objetivos". A primeira parte complementa o que foi escrito anteriormente, entretanto, a segunda parte dessa frase me surpreendeu. Oras, jogar religião e religiosidade foi um "erro comum" do século XVII, XVIII, onde anti-clericalismo e anti-teísmo se confundiam (também já falei isso no post anterior, o nosso Cheff complementou nos comentários), e Deus e Cristo, e a mensagem desse, é algo que escapa à nossa compreensão e aos nossos preceitos e morais.
Obviamente poderíamos escrever uns cinco tratados sobre isso, mas crença em Deus é algo que se testifica pela fé, e a crença, assim como a não-crença, são conceitos que estão na nossa cabeça e que provar por a+b é uma tarefa quase impossível, seja a minha fé ou o niilismo que você deixou transparecer nessas linhas. O trabalho de acreditar ou não acreditar é o mesmo, e o motivo, advém de nossa experiência de vida.
Acho perigoso também a fala de "destruir instituições", no sentido de jogar nelas a culpa da nossa impotência e ficarmos em casa com as bundas nos sofás pregando o nosso discurso enquanto existem pessoas nas igrejas ou nas universidades que fazem muito mais pelo mundo através destas instituições (nada como estudar o Kropotkin com o MK, hahaha). E Douglas, por favor, não entenda isso como uma crítica, mas como uma mea culpa de minha parte.
Finalmente, já sendo quase redundante na minha fala, tem por fim na sua escrita "como acredito que a religião criou deus e não o inverso". Bem, aí sou eu que não concordo com nada, nem com a religião ter criado Deus, nem com o inverso. A primeira metade, não vou ficar devaneando por conta das questões de fé, já a segunda, Deus nunca criou a religião, assim como Cristo nunca proclamou alguma religião, é só ler os evangelhos com atenção. Caso o contra-argumento seja o versículo de "tu és Pedro, e sobre ti, edificarei minha Igreja", esse não vale, pois a Igreja a que Cristo se referia, era à Igreja viva, com "I" maiúsculo mesmo, viva nas pessoas, nas obras e no servir, não na farsa institucionalizada que alguns séculos depois Constantino incorporaria ao estado romano e se tornaria a maior heresia possível: a igreja católica apostólica romana (sim, minúsculo mesmo). Se alguém teve uma parcela de "culpa" nisso, podemos colocar em Paulo (o apóstolo), que apesar de ter acertado em muitos aspectos, errou em outros (ou foi muito mal interpretado), mas este era humano e falho, e assim como todos nós, também errou.
Enfim, como o Maikon uma vez comentou uma vez aqui nesse mesmo blog, é de debates construtivos que precisamos nessa blogosfera local! :) Abraços Douglas, e não leve por mal ;)
Entretanto, um dos comentários me chamou a atenção e me fez pensar um pouco a respeito no que eu escrevi, e pensar até mesmo na minha trajetória de vida. Esse comentário foi do meu amigo Neander.
Um comentário inteligente e lógico, como é normal dele, porém que me surpreendeu em algumas coisas. Douglinhas, na hora que você diz/escreve "Não consigo ver como uma religião, tal qual um partido político ou a própria universidade, pode gerar algo positivo.", sou o primeiro a concordar contigo, e o meu post anterior, apesar de não explicitar isso (um defeito meu, eu às vezes escrevo quase que só para os que me conhecem), era pra ter deixado isso meio claro, mas passou batido.
Entretanto, em seguida vem o seguinte: "eu vejo que acabar com essas instituições seja a melhor saída para uma luta por seres humanos que acreditem na igualdade e, como acredito que a religião criou deus e não o inverso, vejo no combater a idéia de uma força superior como um dos objetivos". A primeira parte complementa o que foi escrito anteriormente, entretanto, a segunda parte dessa frase me surpreendeu. Oras, jogar religião e religiosidade foi um "erro comum" do século XVII, XVIII, onde anti-clericalismo e anti-teísmo se confundiam (também já falei isso no post anterior, o nosso Cheff complementou nos comentários), e Deus e Cristo, e a mensagem desse, é algo que escapa à nossa compreensão e aos nossos preceitos e morais.
Obviamente poderíamos escrever uns cinco tratados sobre isso, mas crença em Deus é algo que se testifica pela fé, e a crença, assim como a não-crença, são conceitos que estão na nossa cabeça e que provar por a+b é uma tarefa quase impossível, seja a minha fé ou o niilismo que você deixou transparecer nessas linhas. O trabalho de acreditar ou não acreditar é o mesmo, e o motivo, advém de nossa experiência de vida.
Acho perigoso também a fala de "destruir instituições", no sentido de jogar nelas a culpa da nossa impotência e ficarmos em casa com as bundas nos sofás pregando o nosso discurso enquanto existem pessoas nas igrejas ou nas universidades que fazem muito mais pelo mundo através destas instituições (nada como estudar o Kropotkin com o MK, hahaha). E Douglas, por favor, não entenda isso como uma crítica, mas como uma mea culpa de minha parte.
Finalmente, já sendo quase redundante na minha fala, tem por fim na sua escrita "como acredito que a religião criou deus e não o inverso". Bem, aí sou eu que não concordo com nada, nem com a religião ter criado Deus, nem com o inverso. A primeira metade, não vou ficar devaneando por conta das questões de fé, já a segunda, Deus nunca criou a religião, assim como Cristo nunca proclamou alguma religião, é só ler os evangelhos com atenção. Caso o contra-argumento seja o versículo de "tu és Pedro, e sobre ti, edificarei minha Igreja", esse não vale, pois a Igreja a que Cristo se referia, era à Igreja viva, com "I" maiúsculo mesmo, viva nas pessoas, nas obras e no servir, não na farsa institucionalizada que alguns séculos depois Constantino incorporaria ao estado romano e se tornaria a maior heresia possível: a igreja católica apostólica romana (sim, minúsculo mesmo). Se alguém teve uma parcela de "culpa" nisso, podemos colocar em Paulo (o apóstolo), que apesar de ter acertado em muitos aspectos, errou em outros (ou foi muito mal interpretado), mas este era humano e falho, e assim como todos nós, também errou.
Enfim, como o Maikon uma vez comentou uma vez aqui nesse mesmo blog, é de debates construtivos que precisamos nessa blogosfera local! :) Abraços Douglas, e não leve por mal ;)