quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por quantas estradas?

Há alguns dias, escutei a música Blowin'in the wind, do Bob Dylan, e de chofre, a primeira frase já me chamou a atenção:

"How many roads must a man walk down, before you call him a man?"

Parei para pensar em outro aspecto que sempre me chamou a atenção em músicas e na literatura: o saudosismo, a saudade de um tempo que já passou, e então percebi que hoje em dia, já sinto saudade de um tempo que já passou.

Sinceramente, não sinto uma saudade ingrata dos meus "doze anos", como o Chico. Creio que a infância é um período que realmente deve passar, mesmo sendo extremamente importante. Hoje, sinto saudade de um tempo recente, de amigos que estavam sempre ao meu lado. Talvez essa saudade também não seja do tempo em si, mas sim de momentos que passaram, pois não trocaria a vida de hoje pela já passada, mesmo com toda a dificuldade que esta traz.

Dentro disso, me dei conta que isso marca uma vivência de minha parte. Quando declaro que não tenho uma saudade exacerbada da infância, foi porque sempre quis meio que passar rapidamente por ela. A idéia de ser adulto me fascinava. Hoje vejo que não é bem assim, mas que a vida, dentro dos parâmetros dela, vale sempre a pena. Porque será que não nos damos conta da felicidade no momento em que estamos passando, e sempre pensamos no que passou? Deixo a resposta novamente com Dylan:

"The answer my friend, is blowin'in the wind"
.

3 comentários:

Maikon K disse...

cara.
em dois blogues falando sobre saudades, que merda!!!
to em casa, doente e com saudades de diversas coisinhas básicas e importantes para a minha vida.
abraço

Alberto Ferreira disse...

Fala aí Fifi (ou melhor, escreve), todo mundo meio nostálgico essa semana heim?

Cara, penso que se dar conta do momento atual já é a um bom caminho (seja lá para onde), lembra aquela parada que conversamos de estar inteiro no local que se está?

Um abraço meu velho.

Douglas Neander disse...

Bicho, como diria a filósofa contemporânea Avril lavigne: Complicated!
Porque, se racionalizarmos, sempre vamos cair naquela coisa dos estudos sobre Memória, onde selecionamos nossas lembranças e, idealizando o passado acabamos frustrados com o presente. Apesar de conseguirmos racionalizar isso, no fundo, acabamos todos abraçados na nostalgia de tempos passados.
Outro dia mesmo me encontrei com o pessoal do meu terceiro ano do colégio. Naquela época, Shurato e eu, fazíamos todos os dias uma frase e colocávamos no quadro. No fim do ano eu, que tinha todas anotadas, resolvi escrever e fazer um livro. Tempos depois eu perdi esse livro, nunca mais tinha lido e tinha esquecido totalmente do que tinha lá dentro.
Outro dia ele me falou que tinha encontrado e fiquei eufórico pra ver aquelas coisas muito legais que fiz na adolescência. Quando peguei e li, acho que tive uma das maiores decepções da minha vida: cheio de frases preconceitusoas, homofóbicas e machistas.
Talvez tenho viajado demais no teu tópico, acho que deveria ter guardado o tema pra atualizar meu blog! auhahuahuahua...

abraços!